A Chave
da Harmonia é o ponto de equilíbrio da existência, porém um
centro não localizado em um espaço delimitado, e sim na
consciência, compreendendo-a como um todo.
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Como
o subtítulo da primeira parte do livro enuncia, a ordem está
rachada, e as fendas no quadro impreciso da nossa realidade aparente
formam os corredores tortuosos de um labirinto. Este não é o tipo
de labirinto que de uma entrada conduz a um centro nuclear, com
apenas um problema evidente a resolver (um minotauro), nem o que
apresenta uma única entrada e uma só saída: é uma construção de
múltiplas entradas e saídas.
O
leitor pode entrar pela porta da pura fantasia, fundamentada no
diálogo com o Mito; há outra porta, que é a da espiritualidade,
visto que o fundo da obra são conceitos alquímicos e teológicos; e
temos uma terceira, a da investigação do psiquismo humano a partir
dos personagens, Eluen no espelho, Odin e seus conflitos internos,
longe de ser um herói pronto e perfeito, a relação de Ymun com o
poder, além de outras faces e aspectos possíveis. Na saída, o que
começou pela via da imaginação pode seguir pelos corredores dela
ou se retirar pela porta do espiritual; e de forma similar se dão as
demais combinações.
A
estrutura do romance é propositadamente não-linear. Cabe ao leitor,
assim como aos personagens envolvidos no “jogo”, podendo ser
bem-sucedidos ou não, encontrar a chave da harmonia que lhes
permitirá a resolução do enigma e a compreensão do labirinto.
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